Kelly Kristiny - Escritora, Poetisa e Jornalista |
Em
entrevista à Coluna Dicas de Atividades Culturais do Jornal Alecrim, Kelly
Kristiny fala sobre sua formação, publicações e outros assuntos.
DAC - Prezada Kelly Kristiny, descreva-nos sua trajetória.
A minha inserção na literatura aconteceu quando eu ainda era criança. A partir do momento que identifiquei, ainda que de forma infantil, na escrita e na leitura o universo de possibilidades, percebi ali um lugar onde eu sempre queria estar. Meus primeiros momentos na literatura aconteceram nas salas de leituras na escola, nos livros da estante da casa da minha mãe, de meu tio, dos presentes em livros que ganhei. A leitura foi o passo inicial para que eu me inserisse nesse contexto, a paixão e dedicação a escrita veio depois. Sempre escrevi muito, diários, poemas para o dia, poemas de agradecimentos, de amor e tantos outros.
DAC - Fale-nos sobre sua escolha em tornar-se uma Jornalista.
Ao escolher entrar na faculdade de jornalismo, buscava um espaço profissional para minhas palavras. Durante e após a graduação intensifiquei minha escrita, poemas já vinham ao mundo. Ao iniciar uma pós-graduação em Literaturas de Língua Portuguesa, tive a primeira experiência com a escrita de contos, e nesse lugar eu consegui me encontrar. Hoje eu escrevo poemas, contos e crônicas.
DAC - Informe-nos sobre as antologias e coletâneas que participou.
Meus primeiros passos na cena literária brasileira como escritora aconteceram ao integrar a coletânea “Mulheres das Letras”, publicada em 2019 e composta apenas por mulheres. Nela participei com o conto “Encontro das Águas”. No ano seguinte, 2020, participei das antologias “Além da Terra, Além do Céu” e “Quarentena - Memórias de um País Confinado”, ambas lançadas pela editora portuguesa Chiado Books.
DAC - Como surgiu seu gosto pela escrita?
Através da leitura. O passo inicial foi a identificação da leitura como um espaço seguro e repleto de possibilidades, a partir desse momento a escrita veio como forma natural, em contrapartida ao processo de ler. Quanto mais eu lia, mais eu tinha vontade de escrever como nos livros, mais eu queria relatar o mundo através das minhas palavras, percepções e sentimentos. Busquei e busco sempre me aperfeiçoar cada vez mais para que a qualidade do meu trabalho seja algo plausível ou próximo do que a leitura foi e é para mim desde o início da minha vida de leitora. O que começou com um poema com um poema onde escrevi um agradecimento ao dia e ao universo por nos oferecer um arco-íris, quando eu tinha aproximadamente 10 anos de idade, virou a minha profissão.
DAC - Descreva-nos seu estilo literário, crônicas, contos, poesias ou romances. Qual o que prefere mais escrever?
Acho que hoje minha escrita se divide entre contos e poesias, mas escrevo crônicas, mini poemas e também romances. Inclusive estou trabalhando em um romance.
Confesso que tenho a sensação de que escrever contos é uma tarefa da qual eu faço com mais naturalidade. Ao escrever poemas, por exemplo, sinto muito mais a dor do mundo, sendo um processo demasiadamente doloroso e sofrido para mim. Talvez por isso, somado a pandemia e os tempos sombrios que temos vivido, escrever poemas tenha sido cada vez mais difícil para mim.
Mas
experimentar outras escritas como o romance, tem sido uma atividade
interessante e que me tira do lugar de conforto. Admito que, talvez, ao final do
processo eu perceba que de fato não é minha praia escrever algo diferente de
contos e poemas, mas é preciso tentar.
DAC - Nos dê mais detalhes sobre as antologias e coletâneas que participou.
Mulheres das Letras - Editora Litere-se - outubro/2019
Além da Terra, Além do Céu IV - Editora Chiado Books - Janeiro/2020
Quarentena - Memórias de Um País Confinado - Brasil - Editora Chiado Books - Setembro/2020
DAC - Você lançou recentemente seu livro autoral. Fale-nos sobre este lançamento e sua obra.
Lancei meu primeiro trabalho autoral de contos chamado "Fruto", pela Editora Voz de Mulher em março/2021.
Fruto
é um livro que começou a ser escrito antes de 2018. Enquanto ia produzindo os
contos, não imaginava que se tornaria um livro, percebi uma similaridade, uma
linha invisível que conduzia as trajetórias dos contos. Essa linha era o
simples fato de as personagens principais serem todas mulheres de garra,
buscando sobreviver ao caos interno e externo. Não foi algo programado até eu
perceber esse fato, após identificar isso, dei segmento ao que já vinha sendo
feito de forma natural e inconsciente. Hoje percebo que foi um trabalho que
precisava ser feito, era algo que eu precisava escrever durante todo aquele
processo.
FRUTO
Editora Voz de Mulher
Março/2021.
Sinopse:
Não estamos falando de mais uma obra sobre a mulher ou de algum relato feminino
em primeira pessoa. Temos o olhar da jornalista, e também da jovem Kelly
Kristiny, em seu livro de estreia, que capta sensibilidades a partir de ângulos
diferentes, oferecendo a riqueza da diversidade atual. É no cotidiano, a cada
olhar, a cada tarefa cumprida, a cada barreira vencida que vamos construindo a
nossa mulher, mas de uma forma ampla, olhando em redor, percebendo as
contradições de nossa sociedade, lutando para flutuar. Neste livro, temos um
conjunto de contos, diversas situações urbanas, proporcionando que nos
aproximemos dessas diversas personagens, que como nós, buscam ser, reivindicam
o direito de ser nessa sociedade do consumo e do espetáculo. Cotidianos trazidos
pela arte das palavras oferecidas, convidando a olhar além dos rótulos.
Antologias e Coletâneas
Mulheres das Letras
Editora Litere-se
Outubro/2019
Sinopse: Um livro que traz as várias nuances do que é ser mulher. 38 Escritoras de vários cantos do Brasil, cada uma delas mostrando do que são capazes em suas produções literárias. Românticas, alegres, apimentadas, infantis, reflexivas são suas palavras que irão com toda certeza lhe conquistar.
Além da Terra, Além do Céu IV
Editora Chiado Books
Janeiro/2020
Sinopse: Além da
terra existe um corpo a estremecer como se as palavras fossem uma espécie de
dor. Além do céu existe esse levitar das águas que acompanham a saudade de tudo
o que se escreveu.
Quarentena - Memórias de Um País Confinado
Brasil - Editora Chiado Books
Setembro/2020
Sinopse: Da minha
varanda, vejo as árvores a serem fustigadas pelo vento forte. Não existe confinamento
para o que nos inunda de gravidade. Digo: a terra. Novos silêncios e partículas
muito frágeis começaram a nascer no sonambulismo que estava esquecido. As
cidades desoladas, esqueceram os pés em todas as ruas. Mas, e voltando ao
vento, digo apenas, que nada estrangula a fúria da esperança. E nesta paciência
que lambe paixões muito espessas, estremeço nas palavras que não contaminam. Portanto, basta escrever.
Poesias...
Travessias
Atravessavam gargalhadas na
passarela da Avenida Brasil
corpos desnudos de cores belas
multicolorido, sorrindo sem pressa
nós pés aquela correria, menino favela
dentro do peito o peso felicidade
nas costas o alvo da discórdia
filhos da escória, a pátria que pariu
sementes pretas de frutos de sangue
favela chora ao derramamento pulsante
de sua juventude por entre os becos do instante
atravessavam a passarela da vida,
entre infantilidade perdida e a mira dos caras da pista
Fonte: Kelly Kristiny
Contatos:
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kristiny_lima@hotmail.com
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Cel: (21) 9 8333-1724
A Kelly é absurdamente talentosa! ❤️ Sou fã pesado
ResponderExcluirAgradeço imensamente a oportunidade de falar sobre meu trabalho. Muita felicidade em participar também da coletânea realizada pela Alecrim. Obrigada.
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