A CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE CULTURA E O NOSSO SENSO DE COLETIVIDADE
Por Álan Magalhães
A Democracia é um sistema
político no qual se prestigia a decisão da maioria e no qual as principais
características são a garantia da liberdade individual; a liberdade de opinião
e expressão; A liberdade de eleger seus representantes, dentre outras. O que nos leva à conclusão de que: numa
democracia o bem mais precioso é a liberdade!
O exercício dessa liberdade requer
a consciência não só dos direitos individuais como, principalmente, dos
direitos coletivos. Tal qual os seus correspondentes deveres também!
Essa consciência ou, melhor
dizendo: esse senso de coletividade é a principal fragilidade da democracia
brasileira, na medida em que, apesar de ser o principal instrumento para
definir as prioridades de uma sociedade (a nossa coletividade), seu desuso ou
desconsideração faz prevalecer o senso do eu sobre o nós, o da vantagem pessoal
sobre o bem comum; o indivíduo, sobre a coletividade.
Em 1651 Thomas Hobbes publicou a
premissa de que “O homem é o Lobo do Homem”. O cenário atual, com o desuso de nosso senso
de coletividade, nos aproxima daquele cenário e transforma nossos desafios
cotidianos em um desafio descomunal como se, precisássemos redescobrir ou
reinventar toda a tecnologia e sabedoria já acumulada pela humanidade, ao invés
de nos valermos da bagagem cultural e intelectual deixada como legado por
nossos ancestrais!
Proponho essa reflexão aos nossos
colegas, os trabalhadores da cultura, como preparativo para a Conferência
Municipal de Cultura que se aproxima.
Lembremos de incluir neste rol,
além dos mais óbvios que são os artistas, também aqueles que geralmente são
esquecidos pelos críticos das iniciativas incentivadoras da cultura: os produtores,
os contadores, os advogados, os administradores, os figurinistas, as
camareiras, as costureiras, os bilheteiros, os técnicos, os faxineiros, os
pipoqueiros, os seguranças e todos os trabalhadores dos bastidores, sem os
quais não se realiza nenhum espetáculo, nenhuma arte, nenhuma cultura.
O Sistema Nacional de Cultura é
uma construção coletiva e pressupõe o senso de coletividade de cada um dos
sujeitos desse sistema, considerados aqui, não só o público como também todos
os profissionais envolvidos na produção cultural oferecida a esse público
consumidor.
Álan Magalhães é Produtor
Sociocultural, Bacharel em Direito, Compositor, Violonista e Intérprete popular. Nascido em
Teresópolis/RJ, onde foi Conselheiro de Cultura e da Cidade e Desenvolvimento
Sustentável.
Criador da “Oficina Eco Musical” que aborda relação entre Ecologia e Música, em reflexões sobre sustentabilidade em vivências com instrumentos, audição e composição de músicas ligadas à temática ambiental.
RJ: Arka da Fuzarka (1985); Pirueta Arte e Cultura (1999 a 2004); “Festival de Inverno” (2003); “FEPRO” (2010); “Choco Serra” (2006 e 2011); SindMusi/RJ (2008 a 2015); “Quintal das Artes de Terê” (A partir de 2019); Jornal e Editora Alecrim (a partir de 2021); “Arraiás de Terê” (2022); “Lê Terê” (2022); “Poeterê” (2022), “Cuidai do Lixo Nosso de Cada Dia” (2023).
BA: SEMARE - Seminário sobre Miscigenação e Arte na Educação do Colégio Estadual Severino Vieira (1987); IX Festival de Teatro Amador e Universitário do Nordeste – EMPROARTE (1988); Feiras de Arte da Escola de Belas Artes da UFBA (1989 e 1990).
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