Imagine uma experiência vivida pela primeira vez, como uma viagem emocionante, a realização de um sonho ou até mesmo uma ação impulsiva que resultou em uma cicatriz. Ao falar sobre isso, é provável que todas essas lembranças que moldaram sua vida venham à memória. A memória, uma das funções cognitivas mais intrincadas produzidas pela natureza, desempenha um papel fundamental na construção de nossa identidade e narrativa pessoal. Ela é entrelaçada em complexas redes cerebrais, que cuidadosamente criam e armazenam nossas vivências.
Já parou para refletir, sobre como adquiriu tanto conhecimento? Mesmo se você alegar ter uma memória fraca e não lembrar do que comeu ontem, seu cérebro está constantemente se adaptando e absorvendo novas informações. Essa capacidade de adaptação, é conhecida como plasticidade cerebral, e ela leva a mudanças na própria estrutura do cérebro.
Foi no início do século passado, que o anatomista Ramón y Cajal formulou a hipótese revolucionária, de que a eficácia das conexões sinápticas, as áreas onde os neurônios interagem funcionalmente, não é rígida, mas sim plástica e suscetível a alterações. Ele postulou, que a força dessas conexões pode ser remodelada pela atividade neural e sugeriu, que o aprendizado poderia aproveitar essa plasticidade ao desenvolver novos processos sinápticos.
Hoje em dia, ainda não possuímos um conhecimento, definitivo, sobre a localização exata das nossas memórias no cérebro. Acredita-se, que várias regiões cerebrais desempenhem um papel na influência desse processo. No entanto, é sabido, que, estímulos externos têm o poder de desencadear a comunicação entre neurônios, levando à formação de conexões mais robustas.
As mudanças mencionadas, refletem um repertório dinâmico de transformações. Essas transformações são resultado da interação entre o organismo e o ambiente externo, o que por sua vez tem o potencial de alterar a estrutura do sistema nervoso, inclusive em fases posteriores da vida, mesmo após a fase de maturidade.
Entre os diversos tipos de memória, destaca-se a chamada memória de trabalho, uma capacidade que nos permite reter informações por breves instantes, a fim de, executar ações específicas. Por exemplo, conseguimos recordar as últimas três palavras lidas, para compreender o contexto e formar uma frase coerente. Além disso, a memória de trabalho, nos auxilia a reter temporariamente, números ou dados que precisamos anotar. Esse aspecto da memória, também pode ser referido como memória imediata e está em uso ao longo de todo o nosso dia.
Outra categoria importante é a das memórias declarativas, que estão intrinsecamente ligadas, aos eventos que vivenciamos ao longo de nossa vida, ao conhecimento que adquirimos e às informações que retemos. Essas memórias nos permitem lembrar detalhes: como o nome do nosso primeiro cachorro e fatos de conhecimento geral, como a capital da Roma ou a ortografia de palavras.
Se você frequentemente se encontra esquecendo informações, tenho uma dica valiosa que pode significativamente aprimorar o seu desempenho: nossa memória requer exercícios regulares para se fortalecer. É completamente possível, não apenas melhorá-la, mas também evitar seu declínio. Cultivar o hábito de leitura é uma prática que, não somente fortifica nossa memória, mas também expande nossa capacidade de armazenamento, criando novas conexões neurais.
Além disso, adotar rotinas que englobem atividades criativas, exercícios físicos e a disposição para explorar novas experiências e ambientes desconhecidos demonstram-se extremamente benéficos, do ponto de vista cognitivo. As questões, relativas à memória e à plasticidade cerebral, permanecem como territórios fascinantes e enigmáticos na neurociência, com muito ainda a ser descoberto. A ciência está constantemente em busca dessas respostas. Gostou de aprender um pouco mais sobre a memória? Continue nos acompanhando para obter informações valiosas em constante atualização!
Priscila Figueiredo
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