Carnaval: Um Divertimento pelo Proibido e o Sentido - Professor Clayton Alexandre Zocarato

 


Carnaval: Um Divertimento pelo Proibido e o Sentido

Professor Clayton Alexandre Zocarato

 

Artigo na Escola Estadual Professor Mário Florence, de Ensino Médio de Período Parcial, da cidade de Novo Horizonte – SP, durante as aulas da disciplina de História, Filosofia e Artes, como parte de  temas transversais ao Currículo Paulista, valorizando a leitura e a escrita dos estudantes durante o ano letivo de 2025.

 

 

 

 

O Carnaval, assim como outros aspectos da Cultura Brasileira, foi incorporado, como uma forma tanto de disseminar valores multiculturais, como também em um caminhar artístico estando alojado,  entre as formas e maneiras de um “lugar de fala e de consciência”, que vai além dos desfiles, que não incorpora somente o desfile, ou a concentração e sua  mobilidade urbana, mas sim enfatiza outras formas de pensamento que venham tanto a contribuir, para a  significação de um evento de caráter popular e de massas, que possua tanto o sentido de crítica, como também de elucidar as artimanhas intelectuais de como se colocar, perante as dificuldades, em que “a carne”, saia do pejorativo provocativo, para um predicado intersubjetivo de como a maioria das pessoas se comportam diante os desafios de levar o Carnaval que seja tanto, cantado como ao mesmo tempo compreendido ou entendido, como um fator de lapidação do pensamento racional e questionador do brasileiro

Passando por trilha de grandes compositores, como Noel Rosa, Pixinguinha, Cartola, e “puxadores”, com uma mistura de vocais representando os desejos e angústias populares,  como Jamelão, o Carnaval, passou por esferas multiculturais, caminhando  por Veneza, Hong Kong, Viena, Washington, Veneza,  ao mesmo tempo  sendo símbolo de alegria, mas também com um gosto fulcro de  pecado.

Um pecado sobreposto à beleza estonteante de beldades brasileiras, como Vera Fischer, Juliana Paes, Luma De Oliveira, Alexia Deschamps, Isadora Ribeiro, Adriane Galisteu,  contracenando e desfilando  com a importância de oásis melódicos, como Carmem Miranda, que elevou nossa cultura de rua, para um caminho, de que é fundamental tanto dar voz aos descamisados, que não esteja dentro de padrões de elite, como também a esmiuçar, que as vontades e desejos populares tem que estarem, em um entendimento que sim! A  diversão e a felicidade tem que ser disseminados  para todos e todas.

Poetas como Vinicius De Moraes e Carlos Drummond de Andrade, poetizaram as noites de bagunça, em doces letras, que misturavam tanto esperança, como também em dar voz e vida aos famigerados e marginalizados, fazendo uma arte poética,  que ao mesmo tempo misturava alegria, com um forte teor de grito por justiça social, como também deixando um apreço que nosso cotidiano, está rodeado e sabatinado de uma serie de processos de empoderamentos, que fazem do samba uma ternura de criticidade, perante uma história que seja tanto marginalizada, mas ao mesmo tempo contenha diretrizes de um turbilhão em proporcionar felicidades, tanto voltadas para o descanso, para aqueles e aquelas que desejam paz, como também caminhe para nossa plêiade cultural, tanto em valorizar as mulheres, como também demonstrar a mistura de ritmos que é o Brasil, que entoa a valorização da africanidade, e também de uma luta contra estereótipos do preconceito racial, realizando uma busca de construção do “eu”, que não seja somente europeizado, mas sim demonstre um verdadeiro enlace de canto e dança que seja postergado tanto no Brasil como no exterior, fazendo dos brasileiros um antropo, em demonstrar sua resistência diante as fadigas de meandros, que causem uma reflexão mental profunda,  defronte as raízes psicológicas, que façam do Carnaval algo que seja perfurado empaticamente na consciência de cada cidadão.




Não é somente vestir uma máscara, que contem o significado de poder e individualidade como  na China, ou de mistério e sedução em Veneza, ou de saudação aos “Povos do Sol” como ocorre no Peru, mas sim que o nosso Carnaval entorne em tirar a população mais carente e necessitada,  de um limbo intelectual em  estar somente voltada para agitação e badalação, sem conter um profícuo alicerce da valorização de nossos mitos e heróis, como de figuras emblemáticas do estrangeiro.

A encenação e realização de uma disseminação de figuras como Boto – Cor - de  - Rosa, Curupira, Cuca, Lobisomem, Negrinho do Pastoreio, somente para citar os mais populares, que passam pelas linhas de Câmara Cascudo, que fazem em torno de nossas raízes históricas uma díade de exploração e maldade, na divulgação que nossa forma de enxergar o mundo, não passa por um caminho sangrento, cercado em  polivalentes sistemas de explorações e escravizações.

O Carnaval está esmiuçado no concomitante cunho, de uma humanização em se colocar diferentes elementos semiológicos, que faça,  dos mistérios das ruas, um sentimento de mobilidade que possa colocar em um patamar de igualdade, tanto o negro ultrajado e desvalorizado, secularmente por uma elite branca truncada de maneirismos e visões de mundo eugênicas, que retiram a liberdade do “mais simples”, bem como levando a uma igualdade, que seja, não somente utópica,  mas que façam dançarem no mesmo compasso de alegrias, das marchinhas e canções mis alucinantes, e dançantes  uma dialética comportamental de  atitudes mentais  traçadas como sendo um combate contra indiferença econômica e cultural feroz que ainda deixa o Brasil, dentro de uma amiúde de concentração de classe, substanciada a caminhos de libertários, que beiram a violência e o seguimento de utopias ultraortodoxas e fanáticas, como discursos patrióticos doentes e sem embasamento moral e epistemológico claros.



O Carnaval é Libertário? Bem... que seja simples para se canalizar adágios de um complemento psicológico, que cultive,  lumiares, realizando  reflexões, em  uma cosmologia de viagem transcendental passando entre fantasias, roupas e adendos, que reflitam, tanto o que é indigno, como digno, mal e bom, para assim se gerar uma identidade cultural, que se mistura entre “chavões”,  uma retumbante forma de diversão, que vai colocando tanto o sentido de exposição do rosto nu, transmitindo tanto vontades, como os desejos mais ocultos ou mais equilibrados ou destemperados,  fazendo tanto Sílvio Santos como Bolinha, ícones dos programas de auditório, realizarem, uma similaridade entre criação, inovação e renovação, em unirem o contexto da história atual, louvando integrações sociológicas, de que nossa cultura está somatizada em poderosos posicionamentos, tanto para dançar ao compasso de “que nem cinco minutos guardados, dentro de cada cigarro”, como diz a canção dos Titãs, em fazer uma poesia, que seja ao mesmo tempo um complemento laborial, como também um triunfo, que para “dizer que a pipa do vovô não sobe mais”, é necessário “muito mas muito ,ei, você ai,  me dá seu dinheiro ai”.

Entre mestres-salas, porta-bandeiras, palhaços, baterias, transcorrem uma forte reflexão em que a “natureza humana”, tem uma fundamental afronta psicológica de se perder, por entre tonsuras culturais, de que é necessário sempre se pedir desculpa, diante, os esclarecimentos egoísta, em frente a uma ontologia de um “saber” das ruas que vai se perdendo nas promiscuidades interpretativas acachapantes, que em cada bloco carnavalesco está um “bêbado”, que “quebrou cabeça como Sambalelê, mas que a cada nova ressaca”, em uma renovação pensativa, da criação, a um vasto caminhar, que seja sacramentado entre as vontades corporais mais alucinantes, com um professorado intelectual, em  cumprir as diretrizes de estar sublime, as epifanias, que o Carnaval, transcende entre  os desejos da carne.

Uma carne, que costure um progenitor, de intercorrência gramatical, que não seja somente cantada ou dançada, mas que venha fazer do malandro como Brás Cubas de Machado De Assis, em que cada boa vontade que surge no coração do homem, estão  disseminado ritmos carnavalescos, de encaminhar alegrias, para combater ultrajes de uma história, que venha acompanhada factologias, que estejam endereçadas, para uma razão, que venha ocupar as lacunas de um vazio existencial, que se comprometa, a realizar um patriotismo, em um  conceito psicológico dietético que possa fazer  com que as pessoas vejam que ao dançar perante as luzes das  estrelas, está um gigantismo, e uma grandeza, de que entre as alas sociais mais diferenciadas está um sinal de descanso, passando por um sentimento que é fundamental “conhecer a si mesmo”, como também  em enxergar que o Carnaval é um multiculturalismo, sendo um cunho  antropocêntrico de que é necessário se reinventar diante os confrontos mentais,  ornamentados, nas categorias narrativas mais profundas da psyché humana, causando a reflexão, com um languido que tanto pode esmiuçar paz, como germinar caminhos de humanizações que  a arte não precisa inteiramente, ser um “anjo mais velho” oxalá Teatro Mágico, da alegria que contagia os mais brilhosos desfiles, por entre e sonhos e desejos, com uma diacronia, realizando artimanhas e humanizando a calma de danças, com uma luz de eterna diversão.

O País Carnaval como diz o grande Jorge Amado “é mestiçagem, é contracultura para uma conscientização de classe, lutando contra elites, que buscam um esclarecimento diante a sua marginalidade”, que altera as pulsações mais fortes, provocando a sensibilidade de um compasso em se promover diversão e ao mesmo tempo, como conclama Fernando De Azevedo coloca “que dentro da cultura brasileira, há uma forte transferência de consciência para se usar, como um antropo político, os prazeres proibidos por uma sociedade elitizada”.

A mulher, para o Carnaval Brasileiro, é um empoderamento masculinizado nos fetiches mais estranhos, e não símbolo  de promiscuidade, que também luta para que seus espaços sejam respeitados, não somente como Dona De Casa, mas também como uma forma de sedimentares novos bojos de tratamentos antropológicos, que venha a construir um letramento de identificação em “ler”, no gingado do seu sambar, que a mesma mulher que se ousa desejar, também é aquela que cuida do lar e se deseja amar, como sendo  um caminho sentimental que não basta só ficar, e sim dançar na Avenida demonstrando que a nação que a humilha em muitos  de seus traumas do cotidiano, também é um arquétipo em cantar as mais belas canções, valorizando seu aconchego maternal, como sendo todo universo feminino, um signo de ternura e inocência, que leve tanto ao pensar, como também ao louvar,  com sua beleza de ninfa.

“Na Grécia Antiga, a mulher era vista, como um pariu de encher a casa de crianças, e de preferência filhos legítimos”, que fosse trabalhar no campo, ou ocupar algum cargo no gerenciamento da pólis, ou em servir as fileiras dos hoplitas espartanos.     Depois do desfile de   Carnaval, o índice de gravidez aumenta consideravelmente, e assim como mito do Boto Cor – de – Rosa, que deixa seu filhos órfãos, os ‘filhos bastardos do Carnaval, são sinais,  que ainda se faz muito necessário a valorização de uma “pedagogia social do eu”, como exalta Jean Piaget, que venha construir pessoas, e não indivíduos, que tenham o compromisso da sua reflexão particular, na admissão psicológica, que não basta somente uma passo ali ou outro passo aqui, mas sim, a construção e a disseminação de uma subjetividade que seja tanto um canto de loucura contra o senso comum,  e que consiga elevar o respeito entre gêneros, colocando a mulher, perante o seu desejo de estar em pertencimento ao local onde deseja estar.

O Carnaval como diria Roberto DaMatta, “forma malandros, e não bandidos”, que assim como o Sargento de Milícias de Manuel Antônio de Almeida,  faz a milícia da alegria,  marchar “com milícias”, que possam trazerem alegrias para os mais sofridos, como também não venham a caírem no limbo de que o Carnaval, não está concatenado somente, com o enfático sentimento de ser colocado dentro do caminho da perversidade, e que o amor, deve conter o samba enredo coletivo, de uma vivacidade, que refaça novas consciências  éticas, diante a miscelânea cultural que o Brasil construiu ao longo da  sua história.

Tanto no tempo passado, como no tempo atual, está uma sintonia que independente das classes sociais “a ideologia é construída tanto para controlar, ou para divertir”, mas tem que inquirir os mais vastos pontos da mente humana, arquitetando uma nuança de como classifica Nicos Poulantzas “não seja um classicismo narcisista, que tenha seguir cegamente as tradições e discriminações dentro de um sentido historiográfico”,  e que mesmo diante dos batuques e folias, está também os que preferem o doce silêncio de uma boa oração, dentro da sua fé ou religião, e que não tem valor moral nenhum ficar com alegorias comportamentais  em que se deve haver uma planificação constante de arteterapia macabra em levar para a marginalidade, o sentido de destruição do respeito das vontades alheias mais profundas e simples que cada cidadão traz dentro de si.

O Carnaval, é educação e emoção, caminhando juntos,  com a elucidação de um doce almejar, diante criticismos, que possam virem destruírem, uma integração tanto entre culturas como povos, desfiando os caminhos para se chegar ao triunfo de um equilíbrio entre a agitação e a  paixão, contendo  amor com calor.



A Responsabilidade, de uma não massificação, de pensamento em colocar no mesmo sabujo de alistamento da compreensão lúdica,  do que é o sentido e a representação do Carnaval, como uma expressão popular, que seja cantarolando no compasso político,  que és fundamental propiciar um pouco de alento para os povos mais humildes, serve  também para  se levar uma máscara de combate a  hipocrisia,  que  dentro  do sentido de uma lógica esquizofrênica se concentra dicotomias de interpretações entre o sagrado e o profano, estando auspiciado, que cada pessoa tem o direito vital de que o corporal também é uma arte, que contém polifônicos sentidos exegéticos em sua interpretação, como também de se apropriar de uma “industrialização cultural de massas”, que venda seus produtos de sexo fácil, sem haver um contra opinião sucinta de que tanto a publicidade, como a informação, precisam de um sistema nervoso inteligente, para se colocar a comunicação como um  plantel filosófico que o Carnaval, está muito além de fantasias, maquiagens e blocos alegóricos.

O Carnaval é andragogia perfeita, entre buscar paz e alegria, respeitando ambiente pluriétnicos e multiculturais, cada um fazendo da sua  felicidade pessoal, um lindo desfile de paz e perseverança para toda a multidão que esteja concentrada no seu espetáculo de cores e luzes.

Clayton Alexandre Zocarato



Possui graduação em Licenciatura em História pelo Centro Universitário Central Paulista (2005) - Unicep - São

Carlos - SP, graduação em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano (2016) - Ceuclar - Campus de São José do Rio Preto – SP.. Escrevo regularmente para o site www.recantodasletras.com.br usando o pseudônimo ZACCAZ, mesclando poesia surrealista, com haikais e aldravias.. Onheça mais do autor!

·                  Email: claytonalexandrezocarato@yahoo.com.br

 

·                  Instagram: Clayton.Zocarato

Clayton Alexandre Zocarato faz parte do programa "Escritores de Sucesso" faça partetambém deste programa do Jornal e Editora Alecrim.

 

 

 

 

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