segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Célio Barroso: 100 Anos de Arte e Legado Inspirador

 Célio Barroso: 100 Anos de Arte e Legado Inspirador


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m São José do Vale do Rio Preto, RJ, no último domingo, dia 28 de janeiro, encerrou-se a extraordinária exposição de quadros de Célio Barroso, um renomado artista nascido em Niteroi/RJ, em 24 de janeiro de 1924. A mostra, intitulada "Célio Barroso - 100 Anos de Artes", foi uma homenagem ao centenário do artista e proporcionou aos visitantes uma experiência única de apreciação de sua notável trajetória artística.

Célio Barroso, que residiu na cidade de São José do Vale do Rio Preto de 1994 a 2003, foi celebrado não apenas por suas contribuições artísticas, mas também por sua presença marcante na comunidade. Uma missa especial foi realizada na matriz de São José no dia 24 de janeiro, às 7:15h, em intenção à alma do artista, unindo amigos, familiares e admiradores para prestar homenagens e celebrar a vida e legado de Célio Barroso.

A exposição, sediada no Centro de Cultura Dr. Eugenio Ruótulo Netto, contou com uma diversidade de obras que refletiam a riqueza e a versatilidade do talento de Barroso. Desde paisagens exuberantes até retratos emocionantes, os quadros proporcionaram uma viagem pelas diferentes fases de sua carreira, destacando sua habilidade em capturar a essência de sua arte.

A iniciativa da exposição foi conduzida por Dalmo Machado, que recebeu elogios pela organização e pela oportunidade de compartilhar a arte de Célio Barroso com a comunidade. Em especial, a mostra contou com a presença de Felipe e Luísa, membros da família Barroso, que expressaram sua gratidão pela homenagem ao patriarca e compartilharam memórias afetivas.

No encerramento da exposição, em 28 de janeiro, visitantes e admiradores tiveram a oportunidade de refletir sobre o impacto da arte de Célio Barroso. Uma pessoa que teve o privilégio de conhecer e conviver com o artista expressou suas emoções, afirmando que contemplar as obras trouxe lembranças significativas e reforçou a esperança em um compromisso ativo com a construção de um São José do Vale do Rio Preto melhor.

A exposição de Célio Barroso não apenas celebrou um centenário de vida, mas também proporcionou uma jornada pela arte, cultura e legado de um talentoso artista que deixou uma marca indelével em sua comunidade e na história da arte brasileira. Que a inspiração de sua obra continue a ecoar, guiando as futuras gerações na busca pela expressão artística e na construção de um legado duradouro. Parabéns a Célio Barroso e a todos os envolvidos nesta espetacular exposição!






 

Durante a exposição o amigo Dalmo Machado distribuiu entre os visitantes uma cartilha feita por ele mesmo e com uma caricatura feita por Marquinhos do Ilto (Marcos Antônio). Que trazia o seguinte texto:

"Célio Barroso 100 Anos de Arte"

"Célio Barroso nasceu em Niterói/RJ, em 24 de janeiro de 1924, filho de Carlos Barroso e de Clodoalda Melo Muylaert Barroso.

Residiu, no período de 1994 até o ano de 2003, com sua esposa Fátima e os filhos Felipe, Luísa e Beatriz na Fazenda Belém, em São José do Vale do Rio Preto/RJ, período em que ministrou aulas de Pintura e manteve ateliê, quando pôde pintar várias paisagens de locais de nossa cidade, além de retratar alguns personagens da história de nosso município.

Sua terceira filha recebeu o nome de Anna Beatriz, em homenagem à madrinha dona Anna Maria Werneck.   

Depois do artista alemão Johann Georg Grimm, que passou por nossa cidade no ano 1886, quando pintou várias fazendas de café e uma tela com vista da cidade, então 5º distrito de Petrópolis, tela estaque se encontra num museu na Alemanha, podemos considerar que Célio Barroso foi o segundo artista plástico que mais retratou São José, deixando várias telas pintadas por ele com vale-riopretanos que admiram seu trabalho.

Nos últimos anos de vida adotou a cidade de Glaucilândia/MG. Em 21 de fevereiro de 2020, às 16h, na cidade de Montes Claros/MG, faleceu aos 96 anos de idade, sendo sepultado em Glaucilândia.

Formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – Escola Nacional de Belas-Artes (EBA), em 17 de dezembro de 1971, teve como mestres Jordão de Oliveira e Édson Motta, entre outros.

Foi professor de Literatura e escritor de livros infantis durante o período militar no Brasil e vários de seus títulos foram publicados em diversos idiomas. Foi diretor de Artes da Editora Conquista durante muitos anos. Também trabalhou como restaurador do Patrimônio Histórico Nacional.

Eis alguns de seus livros: Vitória Régia (lenda brasileira); A Bruxa Gamburu; Mimosa, a Bezerrinha Formosa; Turrum: Bicho-do-Mato; Só Deus Sabe; História do Morcego Sem Dentes; Caburé no Jardim Zoológico; O Menino das Plantas; O Menino das Águas; O Menino das Brincadeiras; História do Uirapuru (lenda brasileira); Mundo Encantado.

Títulos publicados em inglês: Uirapuru’s Story; Vitória Régia – Brazilian Fable e Only God Knows.

Participou de vários Salões de Artes, quando ganhou prêmios e menções honrosas. Também expôs seus trabalhos em diversas capitais e cidades brasileiras. Foi membro da Academia Petropolitana de Artes Plásticas.

Sua arte se divide entre o figurativo e o abstrato. Para ele, a Arte é uma forma de comunicação entre os seres humanos. O abstrato, que ele pouco utiliza, seria a ruptura com a comunicação e o figurativo a linguagem plástica mais próxima da perfeição artística.

Ele brincava dizendo que se formou em Administração de Empresa, mas desiludiu-se com o Capitalismo, abandonou a profissão e foi pintar, porque queria morrer de fome. Dono de um humor refinado, aos 88 anos de idade Barroso citava o ditado popular “No Brasil artista morre de fome”, mas não morreu de fome nem uma vez, ironizava.

Alguns Cursos realizados e Prêmios recebidos:

. 1941 – Prêmio Caixa Econômica (Desenho);

. 1941 – Diploma do Curso Propedêutico;

. 1947 – Diploma Perito Contador;

. 1948 – Exposição Individual – Pintura – Campos/RJ;

. 1948 – Exposição Individual – Pintura – Barra do Piraí/RJ;

. 1949 – Exposição Individual – Pintura – Rio Bonito – RJ;

. 1950 – 1º Colocado – Vestibular Escola Nacional de Belas-Artes (RJ);

. 1951 – Cursos – Desenho Artístico, Modelagem, Anatomia;

. 1952 – Curso – Modelo Vivo, Perspectiva, História da Arte;

.1953 – Curso – Pintura, Arte Decorativa, Geometria Descritiva;

. 1954 – Ilustrador – Grant Advertising;

. 1957 – Diretor de Arte – R. Ruggiero (RJ);

. 1960 – Diretor de Arte – Art Propaganda (Petrópolis/RJ);

.1960 – Medalha de Bronze–II Exposição Artes Plástica (Petrópolis/RJ);

. 1962 – Arte-Finalista – Mc Cann Erikson (RJ);

. 1965 – Arte-Finalista – Thompson Propaganda (SP);

. 1967 – Arte-Finalista – Standard Propaganda (RJ);

. 1968 – Diretor de Arte Editora Conquista (RJ);

. 1969 – Menção Honrosa – II Salão de Artes Plásticas (RJ);

. 1970 – Autor e Ilustrador de:

              - Mimosa, a Bezerrinha Formosa;

    - A Bruxa Gamburu;

   - Caburé no Jardim Zoológico;

. 1971 – Autor e Ilustrador de Fascículos de Arte: – Desenho I e II,

                 Mosaico e Dicas;

.1971 – Cursos - Conservação e

               Restauração, Arquitetura         

               Analítica;

             - Estética e Problemas Brasileiros;

. 1974 – Diploma - Escola de Belas-Artes (UFRJ);

.1974 – Autor e Ilustrador:

               - O Menino das Plantas;

               - O Menino das Águas;

              - O Menino das Brincadeiras;

. 1977 – Menção Honrosa – IIº Salão da Primavera (RJ);

. 1977 – 17º Salão Petropolitano (Petrópolis/RJ);

. 1977 – Coletiva Exposição Casablanca (Petrópolis/RJ);  

. 1977 – IV EXPOSESC (Três Rios/RJ)"


Texto: Dalmo Gonçalves Machado

          Revisão: Ronaldo Mauricio da Silva




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