quarta-feira, 5 de junho de 2024

Águas Fatais

 

Águas Fatais


A fonte da vida se tornou fonte de destruição e aflição.

Não houve um tempo hábil, para que a defesa civil se organizasse e assim tentasse evitar o elevado número de mortos  e desaparecidos.

Era de se prever, que em cada época do ano, as águas entravam em fúrias, não respeitando os limites colocados pelos homens, levando para um dilúvio de calamidades perante se haverá  muito tempo, para tentar voltar ao,  “novo normal”, que já não tinha nada espiritual, e havia deixado tudo banal.

As águas vindas do céu, como um castigo pelas mortuárias de comportamentos egoístas dos homens, fez aquela Região do Sul do Brasil, ser vista com um sotaque psicológico de pena, e também de certa indiferença, pois em sua história, foram vistos como egoístas, que desejavam se separarem da Federação, e causaram tantos problemas, seja para Monarquia como para República, por seus levantes e revoluções.

Agora estão de joelhos implorando por socorro.

Já não havia mais como separar, a sujeira e a lama que invadiram as casas, independente de classes sociais. Praticamente todos e todas, se encontram  na mesma situação de calamidade, clamando algum tipo de ajuda do poder público.

Érico Veríssimo sentiria, “um gosto de asco”, ao ver sua Terra, de, “o Tempo e o Vento”, sendo literalmente transformados em UM,  “arquipélago”, ambulante de horrores, defronte  poucos louvores.

O Coronelismo do descaso de um planejamento urbanístico estatal, que viesse prever as catástrofes naturais, apenas veio reforçar, que é vital se repensar, em que nível de representatividade político-partidária estamos  habituados  a colocarmos  no Legislativo e no Executivo, seja na esfera municipal, estadual e federal.

As águas, não perdoaram, e um dilúvio de incertezas que paira no Rio Grande do Sul, com os riscos de epidemias, como também que as forças naturais, resolvam mostrar suas fúrias novamente, pode ser consideradas um belo banquete, para o surgimento de novos discursos de propagandas eleitorais hipócritas, que apenas visam seu privilégio próprio, gerando uma gama de léxicos egoístas, que fazem uma compressão da igualdade, visando um sublime florescimento da destruição da empatia.

Mas de Deus é Brasileiro, as águas, são ao mesmo o componente fundamental param manutenção e conservação da vida  como também esgarça  um caminho de lastros de um a falta de ética, em se recordar do próximo somente nos momentos de dor, ou de tragédias imensuráveis.

É mais do que necessário sempre que possível, trazer, um pouco do batistério ético de exemplos de “ajuda”, não unicamente nos momentos de comoção ou  da aniquilação da ordem social estabelecida, que chega até soar como um caminho de hipocrisia, pois o termo ajuda está diretamente  relacionado ao usufruto sadio do “H2O”.

Uma das principais necessidades dos gaúchos é conter água potável, cômico, é que nesse momento a  água tem sido seus principais algozes, assim como terra, pois a lama, que praticamente destroçou e destruiu tudo o que veio pela frente, deixou um carimbo de que é fundamental recomeçar sempre e sempre.

“As mesmas águas que molham o chão”, como parafraseia Guilherme Arantes, são as mesmas águas, que se misturavam as lágrimas das pessoas mais humildes, que testemunharam sonhos de uma vida inteira irem  por,  “água abaixo”, não havendo nada que pudesse deter seu ímpeto, e também demonstrando mais uma vez, o quanto nossa individuação egoísta, não é  capaz de deter a fúria da natureza.

E haja destreza e leveza, que em nome da avareza, deixou um rastro de frieza e tristeza.

Não há o que reclamar, pois as calamidades publicas dos gaúchos, é um retrato da escuridão do ser-humano, em compor caminhos, de respeito dialéticos, passando por uma meiose, de divisão sentimental, passando  para uma pseudo-responsabilidade, perante,  “o tesouro dos jornais”, usando da música Rubro-Zorro do Ira, sendo uma virtude de informação macabra, em se misturar ardentemente água e sangue, como ocorreu no Nilo, diante as Sete Pragas do antigo Egito.

A estrutura de um comportamento psicológico que possa  obter uma reflexão clara, quanto ao labor, de não deixar uma massificação de intelectualidade, que contenha respeito e afeto, ao invés de engrandecimento da, “imprensa marrom”, também deixa em aberto o quanto a solidariedade, venha caminhar para um patíbulo filosófico de organicidade, em contagiar os corações mais gélidos, em buscar  procurar oferecer o mínimo de ajuda possível para nossos  conterrâneos patrióticos  sulistas do “Rio Grande”.

É fundamental se analisar, que as enchentes ocorridas de forma tão abrupta, em  praticamente todo o seu território, aquém e além de estarem inseridos, na interferência do homem na Natureza, também se faz um cunho, de retroalimentar uma virtuosidade, de engendrar uma articulação de respeito pela dor que, "outro enfrenta”, e não lançar uma solidez de se aproveitar abertamente de narrativas jornalísticas, que estejam manchadas de sangue inocente, como um cunho de flexibilidade falsificacionista, em fazer do maléfico algo, que venha comiserar um demoníaco  caminho de estética de extermínio, como estando frequente no cotidiano normativo das maioria pessoas.

Usando de Thomas Hobbes, “é necessário à construção de um pacto-social, que possa tanto unir as necessidade humanas, com o poder incontrolável da natureza”, respeitando seus limites, e também preservando o meio-ambiente, que seja retumbante, em garantir que não haja dores tão profundas, e um morticínio, que venha a deixar as vísceras abertas da hipocrisia política em lembrar-se dos mais humildes, em sua grande amplitude, estando  na metafísica de escancarar a morte  como sendo obra do acaso divino, e não da sua de empenho de gerar medidas protetivas e preventivas dentro da máquina pública.

As águas enfurecidas, que avançaram seus limites, não foram um fruto do acaso, e sim passa por um intermédio, entre os efeitos climáticos catastróficos, como também a falta de,  “pauta de debate do seria  projeto da  Agenda 21”, em se promover decentemente o uso correto, “das águas”, e de  como tanto sua falta, como seu excesso pode causar danos severos para vida.

Dentro de uma ironia histórica, as enchentes são uma factologia, que anualmente assola as grandes cidades e capitais brasileiras, perante a carência de conscientização, que vem tanto fazer dos atos mais simples como jogar e descartar o lixo de maneira correta, como  a escassez de uma, “Educação Ambiental”, que posso promover um esclarecimento e até levar uma punição severa, para os responsáveis pelo  entupimento de bueiros e a poluição de rios e afluentes com os mais variados tipos de materiais, que prejudicam tanto a vida social como econômica de muitas pessoas, pois as mesmas águas que banham e alimentam, são as mesmas que matam.

Não basta unicamente culpar as águas, pelas disseminações nefastas, de dor e sofrimentos pelos quais a,  “Região Farroupilha”, esta  passando.

És de fato de suma importância traçar uma subjetividade, que veja suas atitudes, que sejam boas tanto para si, como para as outras pessoas, e que não venham a preconizarem uma massificação de se colcoar no lugar do próximo, provocando assim de uma,  “maiêutica” , germinando languidos filosóficos de uma ontologia, que lustrem que não precisamos de acidentes ou catástrofes, para se realizar atividades de comoção, perante as dores do próximo.

Além as águas, temos constantemente da falta de uma  alimentação adequada para boa parcela das pessoas, os problemas das encostas, nos grandes centros, recheadas de favelas, que causam desmoronamentos, e em diversos momentos deixam, “também, um numero alto de vitimas”.

Ou seja, as águas, não só podem ser julgadas, como uma nova punição de Javé, perante seu povo pecador.

Aliás, a dor não escolhe quais riachos, vai desovar suas incredulidades, nos diâmetros, de provocar as mais variadas tipologias, de aglutinação de pensamento argumentativo.

O pensamento em se preservar a natureza, tem que partir das ações mínimas, desde economia da água nos banhos de, “Cleópatra e Pablo Escobar, que levam horas, desde a valorização da,  “potável”, e evitar seu consumo e desperdício esporádicos, realizando assim do poderio das águas, um componente que traga vida e paz para as pessoas, e não seja exclusivamente, um cancela psicótica, para a apologia de articular um velo neurológico doente, de enaltecimento de propagandas partidárias, que  colocam isso na sua pauta de engrandecimento de novos lunáticos, que vão defenderem seus simbolismos de candidatos, banhados nas urticárias de lamentos pessoais de muitas pessoas.

As águas, não podem,  “ser vermelhas”, apesar de que sua coloração mudou para um  certo incolor sarcástico, em pensar que os excessos de chuvas, do Rio Grande Do Sul, não venham a causarem, dentro dos quadros meteorológicos, uma alternância dos padrões, de distribuição de “nuvens carregadas”, por boa parcela do território nacional.

Há que se pensar de em torno de um estratagema de uma, “globalização nefasta dos problemas ambientais”, está uma carência de arquitetar uma consciência, que contenha a humanização necessária, para se elixir um pensamento de preservação da natureza que segundo, “Hans Jonas, faça da água, terra, homem e os outros animais, uma mesma ramificação de saber usar os recursos naturais e animais  de forma regrada, como também em respeitar a vida e o espaço existencial do próximo”.

Se caminharmos pelas ruas, esse espaço existencial está abarrotado de entulhos, que evidenciam a falta de uma planificação de uma  mentalidade higiênica,  das pessoas, que assim seja perene, em se construir uma arte de lapidar uma conduta pessoal que possua ciclos, tanto para usar, como descartar, guardar, e reutilizar os mais diversificados tipos de produtos, sendo naturais ou artificiais, e que  são de suma importância para manter o equilíbrio ambiental  no  seu dia a dia.

Usando do historiador Michel De Certeau, “o cotidiano pode ser reinventado, mas ao mesmo tempo precisa ser respeitado, para não se cair no egoísmo de se acreditar que tudo pode ser renovado, ao invés da valorização dos hábitos mais simples e humildes de preservação”.

A preservação ambiental faz muita propaganda, mas se faz jus e urgente um revalorização do que seja, “simples e necessário”.

A água para alguns que é simples encontrar, em determinados pontos geográficos, se torna um objeto de luxo.

Mas para outros, se tornou uma simbologia, de que não devemos brincar com a natureza, e depois ficar dentro um vício mental sórdido, a ficar na procura de quem seja ou não culpado pelas nossas catástrofes naturais.

A caridade feita e demonstrada, pelo povo brasileiro, é louvável, gratificante em perceber, que nem tudo está perdido, mas quanto à conscientização?

As águas  nutrem  um forte arcabouço que devemos, relembrar a responsabilidade de cada pessoa, em preservar o patrimônio natural que nos foi herdado, seja na visão da, “criação ou da evolução”, mas se não houver uma práxis forte de “ação”, que venha a garantir uma razão, que seja ao mesmo tempo, um simulacro, de agraciar como cobrar de cada um, que se faça um, “helenismo coletivo”, que leve a felicidade e conforto para todas  as pessoas, e que assim também garanta sua segurança, diante os efeitos do tempo  e do  clima.

Um clima, aos quais alguns ousam em ignorar, porém seus tentáculos estão sempre prontos, para lançar uma disseminação atroz do liquido fundamental da vida, que pode ser usurpado, como liquido central que produz morte e destruição para quem estiver em seu caminho.

SOBRE O AUTOR

Clayton Alexandre Zocarato


Possui graduação em Licenciatura em História pelo Centro Universitário Central Paulista (2005) - Unicep - São
Carlos - SP, graduação em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano (2016) - Ceuclar - Campus de São José do Rio Preto – SP.. Escrevo regularmente para o site www.recantodasletras.com.br usando o pseudônimo ZACCAZ, mesclando poesia surrealista, com haikais e aldravias.. Onheça mais do autor!

·                  Email: claytonalexandrezocarato@yahoo.com.br

·                  Instagram: Clayton.Zocarato


Clayton Alexandre Zocarato faz parte do programa "Escritores de Sucesso" faça partetambém deste programa do Jornal e Editora Alecrim.

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