A essência das palavras: Uma conversa com Ana Cristina Rosito

Em um mundo onde a palavra escrita se transforma a cada instante, Ana Cristina Rosito ou apenas Cris Rosito, mantém vivo o espírito da literatura tradicional, sem deixar de lado a influência da tecnologia. Em uma entrevista reveladora, ela compartilha suas inspirações, desafios e o que a motiva a continuar escrevendo.

 As raízes Literárias: Um diálogo com o passado

Quando questionada sobre suas principais influências literárias, Cris Rosito não hesita em citar gigantes da literatura. "Minhas principais influências literárias são Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Mario Quintana, Patativa do Assaré, Cora Coralina e Vinícius de Moraes; Martha Medeiros e Stanislau Ponte Preta; Ruth Rocha, Ana Maria Machado e Monteiro Lobato; Machado de Assis e Clarice Lispector", revela.

Esses nomes refletem um vasto espectro de estilos e temas, que se fazem presentes em seu trabalho. A profundidade filosófica de Fernando Pessoa, a sensibilidade poética de Cecília Meireles e a simplicidade carregada de sabedoria de Cora Coralina são elementos que ele procura incorporar em suas próprias obras.

Bloqueios criativos: O desafio de continuar

Todos os escritores, em algum momento, enfrentam o temido bloqueio criativo. Para Cris Rosito, isso aconteceu durante a faculdade de Letras. "Um professor disse que eu não sabia escrever, e aquilo me abalou profundamente. Passei a escrever só para mim, sem mostrar para ninguém", confessa.

Foi somente em 2008, com a publicação de "Dimensões" — um livro inicialmente lançado em uma tiragem de 50 exemplares — que ele conseguiu superar essa barreira. "O livro foi relançado em 2018 numa edição comemorativa por seus 10 anos", conta com orgulho. A história de "Dimensões" é um testemunho de resiliência e a confirmação de que a persistência pode transformar desafios em conquistas.

Críticas: O peso e a leveza das palavras

Quando se trata de críticas, Cris Rosito adota uma abordagem equilibrada. "Reflito sobre ela, se eu julgá-la construtiva. Caso contrário, jogo-a para o Universo", afirma. Essa filosofia permite que ele cresça a partir de “feedbacks” úteis, sem se deixar abalar por comentários negativos.

Tecnologia: O auxílio moderno à tradição literária

Embora vivamos em uma era digital, Cris Rosito ainda prefere a escrita à moda antiga. "A tecnologia funciona, para mim, como um suporte. Ainda prefiro escrever em folhas soltas ou no meu caderno de poesias", explica. Para ela, a ideia de um novo texto pode surgir a qualquer momento, especialmente ao observar pessoas e lugares — um hábito que cultiva com paixão.

 

Um trecho especial: A efemeridade da vida

Em um momento de reflexão, Cris Rosito compartilha um trecho de seu trabalho que tem um significado especial para ela:

EFÊMERO

É imprescindível viver,
porque o tempo passa
e a gente nem vê

 

Essas palavras capturam a essência de sua abordagem à vida e à escrita — um lembrete poético de que a vida é breve e que devemos aproveitá-la ao máximo.

Com uma trajetória marcada pela superação e pela dedicação à arte de escrever, Cris Rosito continua a cativar seus leitores, oferecendo-lhes não apenas palavras, mas uma janela para sua alma literária.

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