Haveria a possibilidade de se matar o cinema?
“O
cinema não está morrendo”, como diria o grande pensador Gilles Deleuze, mas sim está se reinventando, como quase todo o grande
empreendimento cultural, passando por metamorfoses, que facilitam o acesso das
grandes massas aos seus mais belos conteúdos e estéticas.
Com as plataformas digitais ganhando cada
vez mais espaço dentro do mercado de consumo do entretenimento, ir ao cinema e
ocupar suas imensas salas de projeções, se tornou um atrativo social, que
demarca um espaço comportamental, de crescimento de uma lapidação mental, entre
o público que pode pagar para ter acesso aos seus conteúdos, e os que são privados economicamente desse
postulado intelectual , formatam uma disruptura social que elenca uma pobreza
de compactuar políticas de Estados Culturais, que venham acalentar e abraçar
todas as classes sociais.
Os filmes alternativos são uma boa margem
de assegurar uma formação de subjetividade, que venha a não trazer marca plena do consumismo
desenfreado, como também a combater uma simetria filosófica de destruição do
brilhantismo, “das salas escuras, que com os
irmãos Lumiére”, ganharam um enredo histórico que colocar o movimento psicobiológico do “sapiens”, como uma forma de
esclarecimento dos seus principais dilemas, quanto a sua posição diante as
mudanças científicas e culturais transcorridas
do século XIX para o século XX.
A morte do cinema seria uma metáfora caótica , quanto a angariar
caminhos apelativo, que se possa transcender uma métrica de pensamento, que
possa assim propiciar para todas as pessoas, caminhos para uma elocução de sua
subjetividade, que não fique exclusivamente encarcerada na sua diversão pessoal, enaltecendo os interesses das grandes corporações, e assim que venham assistir, aquilo que lhe é
imposto e não escolhido.
Nesse ponto, o grande Michelangelo
Antonioni através do seu cinema em demonstrar pequenez do homem diante suas
próprias produções, como fica evidente em sua obra, “O Deserto Vermelho de 1964 ”,
fazendo uma forte crítica, a industrialização desenfreada, indiretamente também
traça ditames, para se repensar como estereótipos de invenções grandiloquentes,
podem vim a reduzir o homem, a ser escravo de suas próprias criações.
Ou como diria Albert Einstein, “em um tempo incertezas, qualquer renovação é
vista como uma grande atração”, e de fato, o cinema ainda, mesmo depois
de mais um século continua sendo uma grande atração psicoativa.
Seus gêneros foram diferenciados, filmes
para todas as idades e gostos, que transformam uma necessidade vital diante do,
“boom”, da, “sociedade da informação” acrescentando
uma pouco de fantasia ao seu cotidiano.
Um cotidiano, que se constrói dentro de
metafísicas éticas, que são sublimes, em provocar o sentido de morte, como uma
substituição de uma, “estrutura por outra estrutura”,
passando por perigos de jogos de linguagens, que envolvem um apelo pela
humanidade, em assim, se arquitetar, como um plano de enaltecimento de sua
demarcação diante desafiar as leis físicas, construído uma nova forma de como
disseminar as artimanhas filosóficas, em que é necessário entroceder caminhos de uma
liberdade de criação que possa tanto fazer o “ser” viajar como “estar”,
sentenciado a enxergar cada ação sua, perante os desafios de um multiculturalismo, que esteja voltado para uma
eloquente valorização, da, “imagem
movente”, não somente como uma insatisfação da cultura humana, mas sim
como sinônimo, que através da, “sétima
arte”, se ovacionou desafiar a morte e o tecnicismo.
Um, “tecnicismo”, que com a
multiplicidade do cinema, fez com que houvesse novos planos, em elucidar a
possibilidade, de adquirir novos sonhos, que sejam santificados em tirar o
homem do seu encarceramento “criativo”, e assim se chegar a um
coeficiente de inteligência que possa ver sua epistemologia de assimilação do
real, podendo desafiar a, “morte”,
através da racionalização do cinema, como sendo um atributo de demarcar sua imagística
dentro do seu espaço – tempo.
Um espaço que lute contra um denominador
de massificação que destrua os valores de sua ação, como também venha a
multiplicar diversos tempos cheios de acalentos, diante uma história que não
seja factual, mas sim venha a possibilitar uma multiplicidade de, “caminhos maiêuticos” em busca do
bem-comum, como também do entretenimento que ao mesmo tempo possa ser
caracterizado, “como um nous”, de
construção de uma sociedade civil, que não esteja fechada dentro meandros de
uma burocracia voltada para a conservação da, “tradição pré-estabelecida de uma
civilização", como diria Max Weber, mas que também esteja no cunho
de arquitetar caminhos para uma força motriz de pensamento filosófico que não se detenha somente a ver cada
enquadramento de cena, como algo comum,
sem conter um atrativo de provocação em se lutar a cada instante contra uma
alienação que venha, imitar alguma ação mental clara e construtiva.
Segundo Jurgen Habermas, “a
ação passa por pressupostos” de interstícios em, “fazer da arte, um sínodo de
caminho, entre a formação mental, como indignação social”, Sergei
Eisenstein, capitou bem esse sentido em suas obras recheadas em realizar
filmagens que pudesse tanto, trazer maravilhas para uma elaboração de promoções
intelectuais, que viesse assim a realizar um espiritual de concentrar o cinema
como sedo bajulador, de promoção da indignação perante os abusos cometidos
por toda tipologia de abuso de poder
político.
Ao longo do tempo o cinema trouxe tanto o
alusivo sinônimo de um “sonhar”, que pudesse trazer a “reflexão”, como também uma
cosmologia de arquétipos culturais em entrelaçar polivalentes modelos de artes,
que fizessem uma diacronia filosófica acerca da condição humana, em como se
prostrar perante as mais pragmáticas, “krisis”,
de identidade psicológica e sentimental ao qual o homem passa.
Desde os romances de época, aos desafios
de guerras intergalácticas, ao enfrentamento de animais monstruosos e
colossais, aos simples arranjos de técnicas de produção quase que artesanais, o
cinema morreu no sentido de estar, dentro de caracteres paradigmáticos de estar
traçado somente para diversão, mas sim ganhou um traçado de escopo
psicanalítico, a se relativizar, em suas formas e estilos de crescimento
intelectual, que traz anseios de novas esperanças para uma criticidade lúcida,
que não fique presa, aos martírios, de conter dentro de suas sinopses, plantéis recheados de conflitos, ou de um
banho de sangue macabro, que venha enfocar assim o lado animalesco que cada
ser-humano traz dentro de si.
O cinema precisa a cada instante se
projetar para a construção de novos amores, que possam outorgar um solipsismo
de destruição de, “eus”, que caminham para um inconsciente coletivo, de enxergar
a animação, não como um projeto do acaso, labutado pela mente criativa de algum
diretor ou produtor.
Mas sim realizar do cinema, um eufemismo
de finitudes morais, que possam realizar para o homem, um bom combate diante a morte de sua
criatividade, defronte o uso extremado de uma tecnologia, que não conseguiu
refazer atributos de um trabalho mental- criativo, em
comiserar mensagens de refutação diante metanoias de um senso-comum, que cada
vez mais procura ser dono da verdade.
A possibilidade da morte do cinema passa
por um sentimento de “reprodução da obra de arte técnica” como elucidou Walter Benjamin, em que se faz perder uma
segurança, quanto a realizar um trabalho, que mate o sentido dialético do
cinema em não somente vim a divertir,
mas porém dar uma margem de abertura artística da compreensão do “real”,
para todas as pessoas, gerando, “uma potencialidade”, de pensamento
que venha trazer um caminho de
liberdade, em se encontrar com contrapontos de uma existência, que venha estar
com uma consciência que seja dentro do cinema como diversão, ou como a
contestação, ou seja qual estilo e gênero for, culmina por matar um pouco da comodidade que existe
dentro de cada um, quanto a ser
incomodado, com suas ardorosas tramas cheias de dramas, como em assassinar uma
zumbização latente da maioria das pessoas em apenas colcoar mais um pedra no
sepulcro gnóstico de sua vida, quem em muitos pontos, se constitui a somente, “voltar a fita”, da repetição diária
da maioria dos seus atos.
Não há como matar o cinema, mas todavia há
como evitar o extermínio da apreciação intelectual nefasta, em que a maioria
das pessoas foram alojadas diante um consumismo desenfreado de informação e
materialismo inóspito, que mais alucina, do que ensina.
SOBRE O AUTOR
Clayton Alexandre Zocarato
· Email: claytonalexandrezocarato@yahoo.com.br
· Instagram: Clayton.Zocarato
Clayton Alexandre Zocarato faz parte do programa "Escritores de Sucesso" faça partetambém deste programa do Jornal e Editora Alecrim.
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