quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Hobbes e a Natureza Devassa do Homem - ESCRITORES DE SUCESSO -

 


Hobbes e a Natureza Devassa do Homem

 

“O Contratualismo é uma corrente filosófica que, entre os séculos XVI e XVIII, afirma que a origem do Estado e/ou sociedade está em um contrato: Em estado natural (anterior ao surgimento da sociedade) os homens viviam sem organização, sendo este resultado de um pacto entre eles no qual cada um delega sua parcela de poder a um ente superior, sendo que este passa a ser responsável em estabelecer as regras de convívio social e de subordinação política”. (Fonte: https://lms.unimar.agencianx.com.br/mod/assign/view.php?id=142861: Acessado em: 27/11/2024

 

Hobbes, considera o Estado de Natureza, como uma condição de selvageria do ser-humano, em  uma “guerra de todos contra todos”.(2005), contida em sua obra “O Leviatã”.

Nesse fator de conflito permanente, enfatiza o desrespeito contra as postulações  (em um espaço sociopolítico que não tem regras estabelecidas de maneira uniforme colocando a  necessidade da construção de uma governabilidade forte, com um líder absoluto, que esteja comprometido em conservar a justiça e a paz, mesmo através do uso da força), realçando uma anarquia que seria uma condição natural do ser-humano.

Sua concepções da passagem de Estado de Natureza para um Estado Social, se encontra em um questão multidisciplinar, que envolve tanto a sociologia, como a psicologia e a politica, na busca de uma entendimento da Sociedade Civil, que vai se moldando de acordo com as suas necessidades materiais e estruturais, mas sendo primordial a ação de um líder máximo, para a conservação e manutenção da paz permanente.

 O Leviatã se refere a um animal mitológico, que poderia ser assemelhado a um crocodilo, e que tinha o poder destruir seus inimigos com uma única investida.

Sendo assim, Hobbes, enxerga o Estado, como tendo o objetivo de ao mesmo  tempo construir como destruir aqueles que se opõem as suas concepções e doutrinas de estabelecimento da ordem social vigente.

“O Homem é Lobo do Próprio Homem” (HOBBES, 2005) , nessa luta incessante dos seres humanos em busca de poder, está um cunho de ferocidade, em não se  respeitar nenhuma  lei, que poderia ser perpassadas de forma epistemológica, como um tipo de Contrato, que  é  outorgado entre setores da governabilidade de política estatal, em  consonância com  as mais variadas formas de manifestações e representações  humanísticas da sociedade, garantindo assim através de um Exército Profissional  a paz e a ordem de seus governandos. O  conceito de cidadania de Hobbes, pode ser classificado, como uma realização de leis e acordos, feito através de discussões sucessivas para se criar um sistema de Poder Constituinte, pelas quais as pessoas se  ajudariam a construírem seus pilares psicológicos e sociais,  contendo   argumentos dialéticos para contestar algo que ajudaram a criar, mas sofrendo as sanções de seus questionamentos, para não abrir brechas para um infiltração maléfica de desrespeito das ordens constitucionais estabelecidas. Ou seja, esgotar todas as possibilidades cabíveis de questionamentos para se, manter um poder estatal em que o governo trate á  todos sem exceção, com isonomia e igualdade de direitos e deveres, e também de fidelidade e louvação ao seu líder.

 Para Hobbes, a questão do Estado Absolutista passa por uma condição humana e filosófica de atrelar uma tipologia de governabilidade ao qual o Estado Social tem que estar em consonância com as formas Eclesiásticas de poder, que concomitantemente gera   um despotismo esclarecido, mas também que assim viesse a controlar a Natureza Humana, no sentido de se prostrar fielmente ao  seu líder, em virtude da devoção perante alguma divindade, garantindo assim a vontade divina nas suas ações.

 Em sua Ética, Hobbes, como exala Renato Janine Ribeiro, “elucida que o Leviatã é uma forma tanto de controle como de legitimidade do poder autárquico” (2008), visando os bens da nobiliarquia com as vontades de ascensão e crescimento social dos mais necessitados.

Em sua condição do Estado de Natureza, podemos citar Hobbes dentro dos preceitos de Maria Tereza Sadek, “em que o pensador inglês como um dos clássicos modernos da ciência política” (2014), que procura tanto enfatizar o empirismo da realidade social como a possibilidade de alternativas das politicas estatais que viessem a viabilizarem, a liberdade individual e coletiva de cada cidadão.

Aliás, em sua obra “Do Cidadão” (2006), Hobbes trabalha a atividade política da sociedade civil, dentro do conceito romano de “civitas”, que seria uma forma de unir tanto a liberdade individual das pessoas, com uma cidadania forte, havendo um respeito coletivo  pelas leis, e contendo um governante forte e rígido, voltado a realizar as vontades e necessidades de seu povo.

 Para alguns interpretes, Hobbes pode ser colocado como uma espécie de ápice das ditaduras modernas, durante a Revolução Inglesa seus ideais influenciaram indiretamente a concepção de Estado Republicano Forte forjada por Oliver Cromwell.

 No sentido da Guerra, mesmo com suas artimanhas da construção de um “Pacto – Social”, reunido e discutidos com boa parcela dos grupos sociais, não deixou de lado, um elitismo quanto a participação dos mais pobres e humildes, perante um bojo de tomada de decisão de Poder Estatal que viesse dar vozes para todas as pessoas mais carentes.

Seu princípio de Leviatã, ajudou a modelar, um sistema de intervenção estatal baseada em um Republicanismo forte, com mínimo primado de divisões partidárias, contendo a participação concomitante  “autoritário – democrática” da população, que foi sendo modelada séculos depois de sua morte,  através do Sufrágio Universal, defendido pelos  Iluministas, mas baseado em um Estado Contratualista, que limitasse as ações individuais, em busca do bem comum de todas as pessoas.

Ainda sobre o Leviatã, seus princípios bélicos serviram de base para constituir a noção bélica dos Estados Unidos, tanto como uma forma de defesa, mas também em alvejar a destruição do “inimigo – comum”, para assim não haver o risco de vingança daqueles que foram conquistados, por seus empreendimentos militares.

Para Hobbes, o líder da nação, postula como um exemplo a ser alicerçado em  um arquétipo comportamental, que venha  controlar e acalmar  o Estado de Natureza de seus governandos, que assim venham a tomá-lo como exemplo de conduta e liderança, bem como proteção e representatividade política.

 

Referências.

https://lms.unimar.agencianx.com.br/mod/assign/view.php?id=142861: Acessado em: 27/11/2024

HOBBES, Thomas. Do Cidadão. São Paulo : Martin Claret , 2005.

HOBBES, Thomas. O Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2005.

RIBEIRO, Renato Janine. Ao Leitor Sem Medo: Hobbes Escrevendo Contra o seu Tempo: Amazon, 2008.

SADEK, Maria Tereza. Os Clássicos da Política. Vol 1. São Paulo: Ática, 2014


SOBRE O AUTOR

Clayton Alexandre Zocarato


Possui graduação em Licenciatura em História pelo Centro Universitário Central Paulista (2005) - Unicep - São
Carlos - SP, graduação em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano (2016) - Ceuclar - Campus de São José do Rio Preto – SP.. Escrevo regularmente para o site www.recantodasletras.com.br usando o pseudônimo ZACCAZ, mesclando poesia surrealista, com haikais e aldravias.. Onheça mais do autor!

·                  Email: claytonalexandrezocarato@yahoo.com.br

·                  Instagram: Clayton.Zocarato


Clayton Alexandre Zocarato faz parte do programa "Escritores de Sucesso" faça parte também deste programa do Jornal e Editora Alecrim.

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