Hobbes e a Natureza Devassa do Homem
“O Contratualismo é uma corrente
filosófica que, entre os séculos XVI e XVIII, afirma que a origem do Estado
e/ou sociedade está em um contrato: Em estado natural (anterior ao surgimento
da sociedade) os homens viviam sem organização, sendo este resultado de um
pacto entre eles no qual cada um delega sua parcela de poder a um ente
superior, sendo que este passa a ser responsável em estabelecer as regras de
convívio social e de subordinação política”. (Fonte: https://lms.unimar.agencianx.com.br/mod/assign/view.php?id=142861: Acessado em: 27/11/2024
Hobbes, considera o Estado de Natureza,
como uma condição de selvageria do ser-humano, em uma “guerra de todos contra todos”.(2005),
contida em sua obra “O Leviatã”.
Nesse fator de conflito permanente,
enfatiza o desrespeito contra as postulações (em um espaço sociopolítico que não tem
regras estabelecidas de maneira uniforme colocando a necessidade da construção de uma
governabilidade forte, com um líder absoluto, que esteja comprometido em
conservar a justiça e a paz, mesmo através do uso da força), realçando
uma anarquia que seria uma condição natural do ser-humano.
Sua concepções da passagem de Estado de
Natureza para um Estado Social, se encontra em um questão multidisciplinar, que
envolve tanto a sociologia, como a psicologia e a politica, na busca de uma
entendimento da Sociedade Civil, que vai se moldando de acordo com as suas
necessidades materiais e estruturais, mas sendo primordial a ação de um líder
máximo, para a conservação e manutenção da paz permanente.
O
Leviatã se refere a um animal mitológico, que poderia ser assemelhado a um
crocodilo, e que tinha o poder destruir seus inimigos com uma única investida.
Sendo assim, Hobbes, enxerga o Estado,
como tendo o objetivo de ao mesmo tempo construir
como destruir aqueles que se opõem as suas concepções e doutrinas de
estabelecimento da ordem social vigente.
“O Homem é Lobo do Próprio Homem”
(HOBBES, 2005) , nessa luta incessante dos seres humanos
em busca de poder, está um cunho de ferocidade, em não se respeitar nenhuma lei, que poderia ser perpassadas de forma
epistemológica, como um tipo de Contrato, que
é outorgado entre setores da
governabilidade de política estatal, em
consonância com as mais variadas
formas de manifestações e representações
humanísticas da sociedade, garantindo assim através de um Exército
Profissional a paz e a ordem de seus governandos.
O conceito de cidadania de Hobbes, pode
ser classificado, como uma realização de leis e acordos, feito através de
discussões sucessivas para se criar um sistema de Poder Constituinte, pelas
quais as pessoas se ajudariam a construírem
seus pilares psicológicos e sociais, contendo argumentos
dialéticos para contestar algo que ajudaram a criar, mas sofrendo as sanções de
seus questionamentos, para não abrir brechas para um infiltração maléfica de
desrespeito das ordens constitucionais estabelecidas. Ou seja, esgotar todas as
possibilidades cabíveis de questionamentos para se, manter um poder estatal em
que o governo trate á todos sem exceção,
com isonomia e igualdade de direitos e deveres, e também de fidelidade e
louvação ao seu líder.
Para Hobbes, a questão do Estado Absolutista
passa por uma condição humana e filosófica de atrelar uma tipologia de
governabilidade ao qual o Estado Social tem que estar em consonância com as
formas Eclesiásticas de poder, que concomitantemente gera um
despotismo esclarecido, mas também que assim viesse a controlar a Natureza
Humana, no sentido de se prostrar fielmente ao seu líder, em virtude da devoção perante
alguma divindade, garantindo assim a vontade divina nas suas ações.
Em
sua Ética, Hobbes, como exala Renato Janine Ribeiro, “elucida que o Leviatã é uma
forma tanto de controle como de legitimidade do poder autárquico” (2008),
visando os bens da nobiliarquia com as vontades de ascensão e crescimento
social dos mais necessitados.
Em sua condição do Estado de Natureza,
podemos citar Hobbes dentro dos preceitos de Maria Tereza Sadek, “em
que o pensador inglês como um dos clássicos modernos da ciência política” (2014),
que procura tanto enfatizar o empirismo da realidade social como a
possibilidade de alternativas das politicas estatais que viessem a viabilizarem,
a liberdade individual e coletiva de cada cidadão.
Aliás, em sua obra “Do Cidadão” (2006), Hobbes
trabalha a atividade política da sociedade civil, dentro do conceito romano de “civitas”,
que seria uma forma de unir tanto a liberdade individual das pessoas, com uma cidadania
forte, havendo um respeito coletivo pelas leis, e contendo um governante forte e
rígido, voltado a realizar as vontades e necessidades de seu povo.
Para alguns interpretes, Hobbes pode ser
colocado como uma espécie de ápice das ditaduras modernas, durante a Revolução
Inglesa seus ideais influenciaram indiretamente a concepção de Estado
Republicano Forte forjada por Oliver Cromwell.
No
sentido da Guerra, mesmo com suas artimanhas da construção de um “Pacto
– Social”, reunido e discutidos com boa parcela dos grupos sociais, não
deixou de lado, um elitismo quanto a participação dos mais pobres e humildes,
perante um bojo de tomada de decisão de Poder Estatal que viesse dar vozes para
todas as pessoas mais carentes.
Seu princípio de Leviatã, ajudou a
modelar, um sistema de intervenção estatal baseada em um Republicanismo forte,
com mínimo primado de divisões partidárias, contendo a participação
concomitante “autoritário – democrática” da
população, que foi sendo modelada séculos depois de sua morte, através do Sufrágio Universal, defendido pelos
Iluministas, mas baseado em um Estado
Contratualista, que limitasse as ações individuais, em busca do bem comum de
todas as pessoas.
Ainda sobre o Leviatã, seus princípios
bélicos serviram de base para constituir a noção bélica dos Estados Unidos,
tanto como uma forma de defesa, mas também em alvejar a destruição do “inimigo
– comum”, para assim não haver o risco de vingança daqueles que foram
conquistados, por seus empreendimentos militares.
Para Hobbes, o líder da nação, postula
como um exemplo a ser alicerçado em um
arquétipo comportamental, que venha
controlar e acalmar o Estado de
Natureza de seus governandos, que assim venham a tomá-lo como exemplo de
conduta e liderança, bem como proteção e representatividade política.
Referências.
https://lms.unimar.agencianx.com.br/mod/assign/view.php?id=142861:
Acessado em: 27/11/2024
HOBBES,
Thomas. Do Cidadão. São Paulo : Martin Claret , 2005.
HOBBES, Thomas. O
Leviatã. São Paulo: Martin Claret, 2005.
RIBEIRO, Renato Janine.
Ao Leitor Sem Medo: Hobbes Escrevendo Contra o seu Tempo: Amazon, 2008.
SADEK, Maria Tereza. Os
Clássicos da Política. Vol 1. São Paulo: Ática, 2014
SOBRE O AUTOR
Clayton Alexandre Zocarato
· Email: claytonalexandrezocarato@yahoo.com.br
· Instagram: Clayton.Zocarato
Clayton Alexandre Zocarato faz parte do programa "Escritores de Sucesso" faça parte também deste programa do Jornal e Editora Alecrim.
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