Entre Notas que Não Pedem Resposta (Baseado na canção Lea do Toto de 1986) - por Clayton Zocarato
No
fim dos anos de 1990, quando o mundo ensaiava entrar em um novo milênio sem
saber exatamente o que perderia no caminho, Lia e Adelmo viviam um amor que se
parecia mais com escuta do que com declaração.
Era um tempo em que a juventude
ainda aprendia a sentir antes de aprender a exibir sentimentos. As ruas tinham
menos luz, os dias pareciam mais longos, e o silêncio era um espaço legítimo
para existir. Amar, naquele contexto, não era um projeto, mas uma experiência
interior, quase ética, como se o afeto exigisse responsabilidade antes de
promessas.
Lia carregava consigo uma delicadeza
melancólica que não pedia resgate. Havia nela uma aceitação serena da
incompletude, como se entendesse intuitivamente que nem tudo precisa ser
resolvido para ser verdadeiro. Adelmo percebia isso quando a observava ouvir
música: o corpo imóvel, o rosto atento, como alguém que reconhece na melodia
uma forma de linguagem mais honesta que as palavras.
A canção que os acompanhava falava de um
amor profundo e silencioso, de alguém que ama sem exigir retorno, que observa à
distância, que respeita o tempo e a fragilidade do outro. A letra, mesmo sem
ser totalmente compreendida, sugeria entrega sem posse, devoção sem
aprisionamento. A melodia reforçava isso com notas longas, quase suspensas,
como se cada acorde soubesse que o amor verdadeiro não apressa conclusões.
Socialmente, tudo parecia
empurrá-los para fora daquele estado de contemplação. O discurso dominante
falava em futuro, produtividade, escolhas definitivas. Mas Lia e Adelmo
resistiam sem militância, apenas permanecendo. Sentavam
juntos depois das aulas, dividiam fones, trocavam olhares que diziam mais do
que qualquer frase.
A música, ali, funcionava como mediadora: a
letra falava de alguém que ama sabendo que pode não ser escolhido, e isso não
era tratado como derrota, mas como forma superior de afeto.
Adelmo sentia que aquela narrativa
musical dava sentido ao que ele vivia: amar Lia não significava tê-la, mas
reconhecê-la como alguém que existe plenamente, independentemente dele.
A vida exigia decisões práticas,
enquanto o sentimento continuava habitando uma esfera quase espiritual. Lia
partiu primeiro, levando consigo livros, poucas roupas e uma forma de ver o
mundo que Adelmo jamais esqueceria.
A despedida não teve promessas. Apenas a
consciência, profundamente triste e bela, de que aquele amor cumprira seu papel
formador.
A música, mais uma vez, parecia
antecipar isso: a letra falava de alguém que permanece amando mesmo quando o
outro segue outro caminho, e a melodia aceitava essa dor sem dramatização.
O tempo passou, como sempre passa, e
Adelmo entrou nos anos seguintes carregando um tipo raro de esperança: não a
esperança de reencontro, mas a esperança de que amar daquele modo fosse
possível novamente.
Ele compreendeu, com maturidade tardia, que
Lia não fora apenas um amor juvenil, mas uma lição ética sobre o sentir. A
canção continuava a acompanhá-lo, e agora sua letra fazia ainda mais sentido.
Falava de fidelidade emocional que
não depende de presença física, de um amor que não cobra, que não, impõe, que
apenas existe como escolha interior.
A melodia, suave e constante,
parecia confirmar que alguns sentimentos não se encerram; apenas mudam de
função dentro de nós.
Anos depois, já distante daquele fim
de década, Adelmo reencontrou a música em um momento banal. Não houve choque
nem nostalgia excessiva. Houve reconhecimento.
Ele percebeu que o amor por Lia permanecera
intacto justamente porque nunca tentara possuí-lo. A letra da canção agora se
revelava plenamente: amar alguém também é aceitar não ser o centro da vida
dessa pessoa.
A melodia sustentava essa verdade
com serenidade, como se dissesse que a beleza está em continuar amando sem
exigir retorno.
Lia, em algum ponto do mundo, talvez
também se lembrasse dele não como perda, mas como fundamento. Porque o amor que
viveram não foi interrompido; foi concluído com dignidade.
No fim dos anos de 1990, quando tudo parecia
anunciar rupturas e novidades, eles aprenderam algo antigo e essencial: que
amar é um gesto silencioso, profundo e livre, como uma canção que não pede
aplauso, apenas escuta.
E assim, entre letra e melodia,
entre presença e distância, aquele amor jovem permaneceu não como lembrança
dolorosa, mas como prova de que a esperança não está em durar para sempre, e
sim em amar sem condições.
Com o passar do tempo, Adelmo
começou a perceber que Lia nunca foi apenas uma pessoa concreta inserida em um
contexto histórico específico, mas também uma forma de presença semelhante
àquela sugerida pela canção que os acompanhara. Assim como a figura feminina da
música, Lia existia em uma zona de delicada inacessibilidade.
Não por arrogância ou recusa, mas
por uma integridade interior que não se deixava capturar. A letra da canção
falava de alguém profundamente amado, observado com devoção quase silenciosa,
alguém cuja simples existência já justificava o sentimento. Lia era assim: não
precisava prometer nada, não precisava se explicar. Seu modo de ser já
instaurava sentido.
Ao lembrar-se dela, Adelmo
compreendia que o amor juvenil que viveram não fracassara por não ter se
transformado em permanência. Pelo contrário, ele se completara justamente por
respeitar a distância.
A letra
da música sugeria um amor que aceita a possibilidade da solidão como parte
da entrega. Amar, ali, não era um contrato, mas uma escolha íntima, quase
espiritual. Lia nunca pediu que Adelmo fosse mais do que ele era, assim como
nunca se ofereceu como solução para a vida dele.
Havia nela uma dignidade silenciosa que se
alinhava perfeitamente à narrativa da canção: a dignidade de quem é amado não
por necessidade, mas por reconhecimento.
A melodia reforçava essa percepção.
Não havia explosão emocional, não havia clímax evidente. Os acordes pareciam
caminhar lentamente, como alguém que atravessa um quarto escuro com respeito,
sem querer perturbar o que dorme.
Lia se movia pelo mundo do mesmo
modo. Sua fala era medida, seus gestos contidos, e sua forma de amar era mais
próxima da contemplação do que da exigência. Adelmo
percebia que, assim como na música, o essencial não estava no que era dito, mas
no que permanecia suspenso entre as notas, entre os silêncios.
Comparar Lia à figura da canção era
inevitável porque ambas compartilhavam a mesma lógica afetiva: eram amadas sem
serem possuídas.
A letra
falava de fidelidade que não se expressa em controle, mas em constância
interior. Adelmo foi fiel a Lia mesmo depois da separação, não no sentido
romântico convencional, mas no modo como ela moldou sua ética emocional.
Ele aprendeu, com ela e com a
música, que amar alguém é aceitar que essa pessoa siga caminhos próprios, mesmo
que isso implique ausência. A melodia tornava essa aceitação menos dolorosa,
quase bela, como se ensinasse que a renúncia também pode ser uma forma elevada
de amor.
Quando a sociedade começava a
valorizar cada vez mais a visibilidade, o desempenho e a rapidez, Lia
representava o oposto disso tudo. Ela não se apressava em se definir, não se
oferecia como espetáculo. Assim como a personagem implícita da letra, ela existia
sem pedir validação.
Adelmo percebia que amar alguém
assim exigia maturidade emocional, mesmo em um corpo jovem.
Era preciso abrir mão da ideia de
posse, abandonar o desejo de garantir o futuro. A música funcionava como uma espécie de guia moral: sua
letra narrava um amor que aceita o risco de não ser correspondido da forma
esperada, e sua melodia sustentava essa aceitação com serenidade.
Com o tempo, Adelmo passou a
entender que Lia nunca foi apenas destinatária de seu amor, mas também espelho
de suas limitações. A letra da canção falava de alguém que é visto como ideal,
quase inalcançável, e isso não diminui o amante, apenas o transforma.
Lia ocupava esse lugar simbólico.
Não porque fosse perfeita, mas porque não se deixava reduzir. Ela permanecia
inteira mesmo na ausência, assim como a figura da música permanecia viva mesmo
quando distante.
A melodia, sempre igual a si mesma,
reforçava essa constância: o amor verdadeiro não se altera com o tempo, apenas
muda de lugar dentro de quem ama.
À medida que os anos avançaram,
Adelmo percebeu que aquele amor juvenil tinha lhe ensinado algo que muitos só
aprendem tarde: que a esperança não está em garantir finais felizes, mas em
aceitar a verdade do sentimento enquanto ele existe.
A letra da música nunca prometeu retorno,
nunca garantiu permanência. Ela apenas afirmava a profundidade do amor.
Lia também nunca prometeu ficar. Sua presença
foi inteira enquanto durou, e isso bastou. A melodia parecia concordar,
repetindo suavemente que o valor do amor está na entrega, não no resultado.
Em momentos de solidão adulta,
Adelmo retornava àquela canção não
como quem busca consolo, mas como quem revisita um princípio. Ele entendia que
Lia representava, em sua vida, o mesmo que a figura feminina representava na
música: uma prova de que é possível amar sem se perder, sentir sem se anular,
esperar sem exigir.
A letra falava de alguém que inspira devoção
não porque se oferece, mas porque existe de forma autêntica. Lia existia assim,
e isso a tornava inesquecível não como memória dolorosa, mas como fundamento
afetivo.
Se Lia pudesse ser traduzida em som,
seria aquela melodia: constante, discreta, profunda. Se pudesse ser traduzida
em palavras, seriam aquelas da canção: contidas, respeitosas, conscientes da
fragilidade do amor humano.
A comparação não diminuía Lia, nem idealizava
a música. Pelo contrário, unia ambas em um mesmo plano simbólico, onde o amor
juvenil se revela não como ensaio para algo maior, mas como experiência
completa em si mesma.
No fim, Adelmo compreendeu que Lia
não era apenas alguém que ele amou, mas alguém que lhe ensinou a amar. Assim
como a letra de “Lea” não fala
apenas de uma mulher, mas de uma forma específica de amar, Lia não foi apenas
uma história, mas uma ética.
E
assim, entre letra e melodia, entre Lia e a figura da canção, Adelmo aprendeu
que alguns amores não pedem continuidade, apenas verdade — e isso, por si só,
já é eternidade.
Nos anos que se seguiram, Adelmo
aprendeu que a saudade não é ausência, mas um tipo específico de presença. Ela
se manifesta quando o passado não dói mais, apenas pesa
Já adulto, vivendo em uma cidade que
parecia sempre em construção, ele reencontrou a música por acaso, numa noite em
que o silêncio da casa parecia maior do que o espaço físico. Quando Lea, do Toto, começou a tocar, ele não
interrompeu. Pela primeira vez, ouviu até o fim com atenção consciente, como
quem acompanha um ritual antigo.
O final da canção não oferecia
resolução. Não havia promessa cumprida, nem reencontro, nem resposta. Havia
apenas a afirmação serena de um amor que continua existindo mesmo sem destino
compartilhado.
Aquilo o atingiu com clareza tardia.
Lia sempre fora isso: não uma história interrompida, mas uma verdade afirmada
uma única vez e sustentada para sempre. Assim
como a música, ela não precisava repetir-se para permanecer.
Enquanto os últimos acordes se
dissolviam, Adelmo percebeu que o tom final da canção não era trágico, mas
resignado.
Não havia revolta na letra, apenas
aceitação. Amar alguém que segue outro caminho não era tratado como fracasso,
mas como maturidade espiritual. A melodia, ao se encerrar de forma contida,
parecia dizer que o amor não termina quando a presença acaba, apenas muda de
lugar dentro de quem ama.
Lia, agora distante no tempo e no
espaço, surgia na memória não como imagem fixa, mas como sensação. Ela estava
nos silêncios que ele aprendera a respeitar, nas pausas antes de responder, na
recusa inconsciente de possuir quem quer que fosse.
Ele entendeu, finalmente, que o amor
juvenil que viveram foi completo porque não tentou se prolongar
artificialmente. Assim como o final da música, ele terminou no momento certo,
sem excesso, sem ruído.
A saudade, naquele instante, não
pedia retorno. Pedia reconhecimento. Adelmo reconhecia que havia amado bem,
ainda que brevemente. Reconhecia que Lia fora real, não idealizada.
E reconhecia que a canção não falava apenas
dela, mas de uma forma rara de amar: aquela que aceita o outro como ele é,
mesmo que isso signifique deixá-lo ir.
Quando a música terminou, não houve
impulso de repetir. Ele deixou o silêncio ocupar o espaço, como se respeitasse
o intervalo final deixado pela melodia. Era ali que tudo fazia sentido.
O amor, como a música, precisava
acabar para ser inteiro. Lia não era uma ausência dolorosa, mas uma presença
formadora. E aquele final — tanto da canção quanto da história — não
representava perda, mas conclusão.
No fim, Adelmo compreendeu que
algumas histórias existem apenas para nos ensinar a sentir.
E que algumas músicas, como Lea, não nos acompanham para consolar, mas para lembrar quem
fomos quando ainda acreditávamos que amar, mesmo sem garantias, já era
suficiente.
Anos depois daquele primeiro
reencontro com a música, Adelmo percebeu que a saudade não acontece de uma vez,
mas em camadas. Há uma saudade inicial, aguda, quase física, e há outra, mais
profunda, que se instala quando a vida já seguiu adiante e mesmo assim algo
permanece intocado. Foi essa segunda forma que o alcançou numa tarde comum,
quando o rádio antigo do carro, esquecido numa estação de músicas dos anos 80 e
90, deixou escapar novamente Lea, do
Toto. Ele não estava preparado, mas também não tentou evitar. Reduziu a
velocidade, como se o mundo precisasse acompanhar o ritmo da melodia.
Dessa vez, a música não o levou
imediatamente a Lia como pessoa, mas a um estado de espírito que só existira
naquele fim de década. O modo como a canção se desenvolvia, contida e
respeitosa, lembrava-lhe que o amor juvenil não era feito de certezas, mas de
intuições.
A letra, especialmente em seu
encerramento, não falava de conquista, mas de permanência interior. Não havia
vitória nem derrota, apenas a constatação de que amar alguém profundamente não
garante destino compartilhado. E isso, ele compreendia agora, não diminuía o
amor; ao contrário, o tornava mais honesto.
Lia reaparecia na memória como
alguém que nunca tentou ser centro. Ela existia como ponto de referência
silencioso, assim como a figura feminina evocada na música. Ambas pareciam ensinar a mesma
coisa: que há pessoas que passam por nossas vidas não para ficar, mas para nos
ensinar a forma correta de sentir.
Adelmo entendeu que jamais procurara Lia em
outros amores, não porque ela fosse insubstituível, mas porque ela nunca fora
posse. Ela era princípio, não destino.
Quando os acordes finais da música
se aproximaram, ele sentiu algo diferente do que sentira antes. Não era
tristeza, nem consolo.
Era um tipo de gratidão madura. O
final da canção, com sua melodia que se recolhe em vez de explodir, parecia
aceitar o silêncio como parte essencial da narrativa. Assim também fora o amor deles: terminou sem ruído, sem
rupturas dramáticas, como se soubesse que o excesso poderia corromper a verdade
do que foi vivido.
Adelmo estacionou o carro e
permaneceu ali por alguns minutos depois que a música terminou. Não desligou o
rádio imediatamente.
Queria respeitar aquele intervalo invisível
entre o som e o silêncio, onde tudo ainda parecia vibrar. Pensou que, se
tivesse insistido mais, se tivesse pedido promessas, talvez tivesse perdido o
que houve de mais puro entre eles.
Lia nunca lhe prometera eternidade,
e ele nunca lhe exigira permanência. Esse acordo implícito foi o que permitiu
que a lembrança envelhecesse bem.
O saudosismo que o envolvia não era
um desejo de retorno, mas uma consciência clara do valor do que passou.
Ele não queria reencontrar Lia como
era; queria apenas reconhecer que aquele amor existiu de forma íntegra. Assim
como Lea não precisava ser ouvida repetidamente para manter seu significado,
Lia não precisava estar presente para continuar sendo parte de quem ele era.
Ambos haviam se tornado fundamentos silenciosos, discretos, mas inabaláveis.
Ao sair do carro, Adelmo percebeu
que o mundo ao redor continuava apressado, ruidoso, excessivamente explicativo.
Ainda assim, algo nele permanecia intacto.
Lia e a música eram expressões
diferentes da mesma verdade: que amar é um ato de escuta profunda, não de
domínio.
Naquela noite, ao deitar-se, Adelmo
não pensou em futuros alternativos nem em encontros perdidos. Pensou apenas que
teve sorte. Sorte de ter amado cedo, de ter aprendido que o amor pode ser
silencioso, incompleto e ainda assim absoluto.
O final da música ecoava nele não como
despedida, mas como confirmação. Algumas
histórias não continuam porque já disseram tudo o que precisavam dizer.
E assim, nesse outro final — menos
doloroso, mais sereno — Adelmo compreendeu que a saudade verdadeira não pede
retorno, apenas respeito.
Lia permaneceu onde sempre esteve: não no
passado, mas no modo como ele aprendeu a amar.
E Lea, do Toto, continuou sendo não uma trilha sonora de perda, mas
um lembrete delicado de que certos amores, quando vividos com verdade, não
acabam.
Eles apenas se transformam em silêncio — e o
silêncio, às vezes, é a forma mais fiel da eternidade.
Possui graduação em Licenciatura em História pelo Centro Universitário Central Paulista (2005) - Unicep - São Carlos - SP, graduação em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano (2016) - Ceuclar - Campus de São José do Rio Preto – SP, Técnico em Comércio Exterior pelas Faculdades Eficaz, e atualmente cursa Serviços Jurídicos e Notoriais na Unimar. Escrevo regularmente para o site www.recantodasletras.com.br usando o pseudônimo ZACCAZ, mesclando poesia surrealista, com haikais e aldravias..Formado Especialista em Medina y Arte com ênfase em Gilles Deleuze e Equizoanálise onde é também pesquisador do Centro de Medicina y Arte de Rosário – Argentina, sendo o primeiro brasileiro a atuas nesse centro de pesquisa. Especialista em Ensino pela Ufscar, especialista em Psicopedagogia Institucional pela Fundepe – Unesp, Especialista em História da África pela Faculdade de Minas Gerais.
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Parabéns pelo texto. Maravilhoso. O texto constrói uma narrativa de forte caráter lírico e reflexivo, em que o amor vivido por Lia e Adelmo é apresentado não como história de acontecimentos, mas como experiência interior e ética do sentir. A narrativa se organiza pela memória e pela duração afetiva, rompendo com a linearidade do tempo e mostrando que o passado permanece vivo como fundamento emocional. O amor, longe de ser posse ou promessa, é compreendido como reconhecimento da alteridade, aceitação da distância e respeito à liberdade do outro. A canção Lea, do Toto, funciona como eixo simbólico e moral do texto, articulando literatura e música numa estética da contenção, do silêncio e da não-exigência. Lia surge menos como personagem realista e mais como figura simbólica de integridade e inacessibilidade, enquanto Adelmo amadurece ao compreender que amar não é garantir permanência, mas viver a verdade do sentimento enquanto ele existe. Assim, o texto propõe uma crítica sensível à lógica moderna da aceleração e do consumo afetivo, afirmando que alguns amores não fracassam por não durar, mas se completam justamente por serem vividos com profundidade, liberdade e dignidade.
ResponderExcluirClayton, a cada conto que você escreve, maior é a minha admiração por você, como escritor! A leitura de seus contos flui, com a naturalidade de um rio sem obstáculos, e sem pressa de chegar ao seu destino, pois o fluir, entre as margens, lhe é todo prazeroso. Estou aguardando o lançamentode um ROAMANCE seu, que, certamente, já é um best-seller!
ResponderExcluirSERGIO DINIZ DA COSTA - Editor-Chefe do Jornal Cultural ROL(https://jornalrol.com.br)
ResponderExcluirClayton, a cada conto que você escreve, maior é a minha admiração por você, como escritor! A leitura de seus contos flui, com a naturalidade de um rio sem obstáculos, e sem pressa de chegar ao seu destino, pois o fluir, entre as margens, lhe é todo prazeroso.
Não é à toa que você faz parte do TOP 10 do Jornal ROL!
Agora, estou aguardando o lançamentode um ROAMANCE seu, que, certamente, já é um best-seller!