Relacionamentos verdadeiros: escolhas conscientes que protegem do estresse crônico
Uma relação verdadeira não é
apenas um espaço de afeto. Ela é, também, um fator de proteção contra o
estresse crônico. Relações profundas e saudáveis impactam diretamente nossa
saúde emocional e física. Ainda assim, muitas pessoas seguem presas a vínculos
superficiais, repetitivos e adoecedores. A pergunta que se impõe é: como
escolher relacionamentos verdadeiros?
Tomar decisões faz parte da vida,
e existem, basicamente, duas formas de escolher. A primeira é a lógica e
analítica. É quando utilizamos nossos recursos cognitivos: refletimos,
comparamos experiências, acessamos memórias e avaliamos consequências. Esse tipo
de escolha exige energia, presença e consciência.
A segunda forma de escolher é a
mais comum quando falamos de relacionamentos. Trata-se da decisão automática,
guiada por emoções prévias ou pelas emoções do momento. É o chamado piloto
automático — um sistema primitivo do cérebro, eficiente para a sobrevivência,
mas perigoso quando se trata de escolhas afetivas. Ele economiza energia, mas
nos aprisiona em padrões inconscientes.
Esse sistema automático foi
essencial para a proteção da espécie humana. No entanto, ele não foi feito para
promover escolhas sábias, profundas ou alinhadas com maturidade emocional.
Quando escolhemos relacionamentos a partir desse lugar, tendemos a repetir
histórias, dores e frustrações.
Por isso, a reflexão é
inevitável: como você tem escolhido seus relacionamentos? Eles são relações com
presença, profundidade e verdade? Ou vínculos que apenas anestesiam carências
momentâneas?
Ao falar de escolhas, precisamos
falar de dor. A dor física é necessária — ela nos alerta sobre perigos. Mas
aqui falamos da dor emocional. Essa dor também comunica. Ela mostra quando algo
não está bem, quando estamos nos alimentando emocionalmente de relações
tóxicas. Ainda assim, muitos escolhem suportar. Aguentam. Permanecem. “Deixa a
vida me levar.”
Mas a vida não foi feita para ser
suportada. Ela foi feita para ser vivida com consciência. Não é preciso
aguentar. É preciso mudar. Ter coragem de escolher melhor.
O mesmo acontece em outras áreas.
Um trabalho pode ser útil financeiramente, mas, se produz tristeza e estresse
crônico, é necessário se preparar para mudar. Com os relacionamentos não é
diferente. Vínculos baseados em dependência emocional adoecem. Mantêm a pessoa
em constante estado de luta, drenando energia vital.
A vida é curta. Curtíssima.
Permanecer na mesma fase do jogo da vida, repetindo padrões que adoecem, não é
maturidade — é estagnação.
O corpo sempre sinaliza. As
emoções avisam. A motivação diminui, a alegria desaparece, a angústia se
instala. Em um relacionamento afetivo, vale observar: o que ocupa seus
pensamentos? Qual é a dor recorrente? Onde está a superficialidade?
Relacionamentos verdadeiros
nutrem. Alimentam a alma — a sua e a do outro. Eles não geram dor contínua nem
estresse crônico. Sofrimentos desnecessários são alertas claros de que algo
precisa ser cuidado, transformado ou encerrado.
Se um relacionamento lhe oferece
dor constante e desgaste emocional, a mensagem é simples e direta: saia daí.
Levante, mude, siga em frente. Escolher melhor é um ato de amor-próprio,
consciência e maturidade emocional.
Instagram. Vivagaiadeluz.
| Renata Gaia - Responsável pelo espaço Gaia de Luz em Nova Friburgo - Psicanalista - Especialista em comportamento humano - Estudiosa da Neurociência do dia-a-dia |






Comentários
Postar um comentário